quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

E eu que achava que pensava demais... descobri gente que pensa muuuuito mais!

Hehehehe... Cada vez que saio das minhas aulas de filosofia e de litératura sinto minhas idéias fervilharem! Fico impressionada com somos privados de conhecimento politico e cultural no meu Brasil varonil.. digo isso na minha perspectiva, pois estudei nos melhores colégios e em universidade dita renomada e muita coisa passou batido. Ainda vi uma miragem do que seria estudar politica, fiz parte da última turma onde ainda era obrigatório o ensino de OSPB e Moral e Cívica... depois de 1993 essas diciplinas tornaram-se facultativas, ou seja, desapareceram. Pra que ensinar ao adolescente a importancia da politica e da cultura na vida dele? Ele só precisa decorar bem a matéria pra passar no vestibular! E assim uma sociedade de ignorantes politicos, a qual faço parte, nasce e se "fortalece", desestruturando valores e princípios que levaram anos para serem assimilados e postos em prática. Talvez aqueles que estudaram humanas e direito tenham um pouco mais de visão dos principios e valores polícos e filosóficos, mas sinceramente , representam massa muitississimo pequena e ainda depende tb do propósito de como assimilaram isso. Acho que a minha geração coca-cola está muito mais preocupada em garantir o seu, em ter o seu concurso, a sua casa, o seu carro... e que o resto se exploda! Nesses momentos de reflexão vejo algumas respostas aos meus "porquês" abstratos de ter escolhido uma outra sociedade...(não via mais um pingo de ética, a corrupção tinha invadido as almas das pessoas, o mais importatante era ser melhor do que o outro não importando os meios pra isso, se aproveitar da boa vontade e dos bons principios do outro era visto como qualidade e o grande defeito era seguir tais principios... bobinha, assim vc não chega em lugar nenhum! Já escutei isso...) Sei que aqui tem tudo disso tb, mas ao menos um pouco mais de civilidade, até agora, consigo encontrar...
Começo o curso de literatura e a professora fala por duas horas, não da matéria em si, mas sobre a importancia de saber o que é ser um cidadão, de conhecer a história do seu povo e respeitá-la, de valorizar os princípios e entender o porque das ações diárias serem pautadas em tais valores, da importancia de ser um cidadão consciente e de saber formular e ter opinião. Uau... me arrepiei... talvez aquelas cabecinhas nem entedam a dimensão da importancia de tudo aquilo que ela estava falando, mas se ela sensibilizou alguns... já considero missão comprida. Estamos estudando literatura quebequense e para isso temos tb q estudar a história desse lugar com nuances ainda desconhecidas pra mim.. finalmente, ja terminamos o primeiro livro e a primeiro análise litéraria. Tô faltando andar e ler ao mesmo tempo  rsrsrs pq aproveito pra ler um pouquinho a cada tempo livre (onibus e metrô rsrsr).. Tô parecendo aquele amigo do livro debaixo do braço kkkk.
A primeira aula de filosofia foi quase uma aula de como reconhecer malucos ... rsrsrs 3 horas seguidas falando de "Eu penso, logo existo"... com participação ativa de alguns alunos. Eu me senti um peixinho fora d'água... "e eu que achava que pensava demais...", ainda tenho que engrandecer muito meus horizontes. hehehe O professor fala sem parar e quase sem respirar num entusiasmo fora do comum... eu sinto um nó nos miolos...rsrsrs e ele sente que ensinar é o objetivo da vida dele (hehe ele diz: "isso, eu não posso sair daqui sem q todos tenham comprendido" e, isso, que ele fala é explicar a lógica da existência de Deus). É muita informação na minha caxola e agora tb entendo um puco mais como eles são racionais ao falar de Deus.
Estudamos Descartes e Kant até agora... visões do ser humano e do seu desenvolvimento.
Essa é minha rotina de todas as quintas e sextas-feiras... Pensar pra existir ou Existir pra pensar ( hahaha)
Minha "pause-café" dos estudos de enfermagem...
Bom, é isso...
Inté

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Vida corrida

Sem espaço pra armazenar mais nada... "debordée".. estou me sentindo assim. Aliàs, eu sempre me sinto assim qdo a sessão está começando, sinto que o meu sistema está entrando em pane e quase chego a sentir as luzinhas vermelhas de alerta piscando em várias partes de mim mesma.
Começando com minhas idéias confusas de profissão.. ainda me sinto invadir pela dificuldade de recomeçar. Já tinha esquecido o qto é dificil fazer uma formação, tinha esquecido da parte dificil de qdo eu estudei e tinha que assimilar "horrores" de conhecimentos, estudos sem fim. Affff as noites mal dormidas com a matéria circulando nos pensamentos ( hehee lembranças das cadeiras de anatomia bucofacial, escultura, endo, cirurgia... como foi dificil enfrentar tudo isso... e eu ja tinha esquecido da estrada necéssaria que temos q passar pra superar esses desafios)... Essas noites mal dormidas estão de volta, junto com o desconhecido e o medo, o acúmulo e a necessidade de vencer cada obstáculo.
Nas duas primeiras semanas de curso vivemos um intensivão de acúmulo de conhecimentos e técnicas que agora temos que colocar em prática no estágio com "maestria". ÃÃHHH? Como assim? Não tenho tempo nem pra assimilar a matéria como tal e ja tenho que aplicá-la na prática com meu paciente, com naturalidade, técnica e ainda confiança (OBS!!! Entendendo e falando francês na velocidade do pensamento). Estou me sentindo um elástico esticado no seu último grau!! Mas... é assim que é proposto o ensino técnico por essas bandas... aprende e assimila com a prática!!!! Muito bom na téoria mas como é dificil de vivenciar isso!!!
Essa semana minha orientadora me deu de prensente um paciente completo : Dependente total de Oxigenio, alimentaçao e medicação por tubo nasogastrico, medicação tb intravenosa,sonda urinaria, obesidade morbida (tudo no quarto tinha tamanho especial XXXXXXL), paciente agressivo pois nao aceita sua situação e portanto com contenções, diabetes e retornando de cirurgia de amputaçao de alguns dedos do pé...
Respira fundo, engole a saliva que se acumulou, diz que é capaz e assim começa mais um dia de estágio. A única comunicaçao que tenho com ele, pois ele nao consegue falar, é apertando minha mao ou mechendo os dedos que lhe restam do pé...O paciente entrou em fibrilaçao (inicio de parada cardiaca) comigo sozinha no quarto e eu tendo que desvendar a dor q ele estava sentindo, ajustar O2, recolocar a mascara ( pois ele havia se desvencilhado da contençao e tirado a mascara) e avisar a enfermeira responsável... Afff tudo deu certo mas a descarga de adrenalina foi grande... e todas as perguntas retornam na minha cabecinha no final do dia.... Porque tanta mudança? Porque vivenciar tudo isso? Isso é mesmo pra mim? Mas ao mesmo tempo tenho a intuiçao de que tenho que seguir esse caminho... HUUUUMMM que dificil, hein!
Junto com esses novos conhecimentos de enfermagem, tenho outros cursos obrigatórios como Filosofia e Literatura Quebequense... mas vou falar disso no proximo post... ja tenho que sair!
Inté